A prévia da inflação oficial de agosto apresentou uma deflação de 0,14%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira (26) pelo IBGE. Esse resultado foi impulsionado pela queda nos preços dos setores de transportes, habitação e alimentação. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa de inflação caiu para 4,95%, abaixo dos 5,30% registrados em julho.
Resumo da Inflação
- Deflação do IPCA-15: -0,14%
- Taxa acumulada em 12 meses: 4,95%
Setores em Destaque
O setor de habitação foi o principal responsável pela deflação, com uma queda de 1,13% nos preços, especialmente devido à redução da energia elétrica residencial em 4,93%, resultado da inclusão da usina de Itaipu nas contas, mesmo com a bandeira vermelha em vigor. O grupo de transportes também apresentou deflação, com uma variação de -0,47%, impulsionada pela diminuição nos preços da gasolina, etanol e passagens aéreas.
No setor de alimentação e bebidas, itens essenciais do dia a dia, como manga, tomate, batata-inglesa, cebola, arroz e carnes, tiveram uma retração de -0,53%. Contudo, a alimentação fora do domicílio apresentou alta, devido ao aumento nos preços de lanches, mas isso não foi suficiente para evitar a queda geral do grupo. Outros setores, como despesas pessoais, educação, saúde e cuidados pessoais, vestuário e artigos de residência, mostraram variações que não impactaram significativamente a inflação.
Perspectivas para a Inflação
Segundo o economista César Bergo, o resultado é um sinal positivo para a inflação no Brasil. Ele observou que a deflação de 0,14% é uma boa notícia, contribuindo para que a inflação dos últimos 12 meses fique abaixo de 5%. A projeção para o final do ano é que a inflação se mantenha em torno de 4,9%. Bergo também destacou que a redução nos preços da energia elétrica pode persistir nos próximos meses, caso haja alterações nas bandeiras tarifárias. Fatores externos, como a taxação americana, podem trazer produtos que antes eram exportados para os EUA de volta ao mercado brasileiro, como carne e pescado, o que também poderá influenciar a inflação.
Apesar da melhora, Bergo alertou que a inflação deverá fechar 2025 ligeiramente acima do teto da meta de 4,5%. Ele acredita que a tendência de queda da inflação poderá auxiliar o Banco Central em sua decisão sobre a redução da taxa Selic, um movimento que seria crucial para a economia brasileira.
Conclusão
O IPCA-15, como prévia do índice oficial de inflação, sugere um cenário mais favorável para a economia brasileira. A deflação registrada, aliada à queda nos preços de energia e a influência de fatores externos, pode contribuir para um ambiente econômico mais estável nos próximos meses.
O mercado de commodities é volátil e impacta diretamente a inflação. Acompanhe os preços e entenda a relação com o índice IPCA e outros movimentos do mercado financeiro.
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