Na terça-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados do Produto Interno Bruto (PIB) que indicam uma desaceleração da atividade econômica, com crescimento de 0,4% no segundo trimestre. Esse resultado, embora acima da expectativa do mercado de 0,3%, sugere que os juros altos estão começando a impactar a economia, embora de forma mais lenta do que o previsto.
Números em Destaque
- Crescimento do PIB: 0,4% no segundo trimestre.
- Crescimento do consumo das famílias: 0,5%, metade do registrado no trimestre anterior (1%).
- Formação bruta de capital fixo: queda de 2,2% no segundo trimestre.
- Setor da construção: recuo de 0,2% na margem.
- Indústria de transformação: queda de 0,5% na margem.
O Contexto da Divulgação
A desaceleração da economia é atribuída ao aumento da taxa de juros, que tem afetado setores mais dependentes de crédito, como construção e indústria de transformação. Além disso, o resultado do PIB reflete a dissipação dos efeitos de uma safra recorde de grãos, que havia mascarado os impactos da Selic alta no início do ano. Economistas do Bradesco projetam crescimento próximo de zero para o segundo semestre, destacando que os efeitos dos juros restritivos são cumulativos. O departamento econômico do Santander também observa sinais de acomodação e uma expectativa de crescimento baixo na segunda metade do ano.
Por outro lado, alguns fatores fiscais, como os pagamentos de precatórios, podem amenizar os efeitos da política monetária restritiva. O mercado de trabalho, que se mantém aquecido, continua sustentando a demanda. Conforme o economista André Perfeito, os dados do IBGE mostram uma resiliência na atividade econômica, limitando a possibilidade de cortes na taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a curto prazo.
Jason Vieira, economista-chefe da Lev Asset Management, também acredita que, apesar da eficácia da política monetária, o Banco Central não deve encontrar espaço para cortes de juros neste ano, devido a incertezas fiscais que ainda alimentam expectativas inflacionárias. Rodolfo Margato, da XP Investimentos, destacou que setores sensíveis à renda estão perdendo tração, enquanto o mercado de trabalho continua apresentando resultados positivos.
O que é o PIB?
O Produto Interno Bruto (PIB) é um dos principais indicadores econômicos de um país, representando o valor total de todos os bens e serviços finais produzidos em um determinado período. O PIB é utilizado para medir a saúde econômica de uma nação, refletindo o nível de atividade econômica e a capacidade produtiva do país. A análise do PIB permite compreender as tendências de crescimento, a dinâmica do consumo e os investimentos, sendo fundamental para a formulação de políticas econômicas.
Aprofunde sua análise em nossa seção completa sobre indicadores econômicos. Veja o histórico da taxa Selic e do índice IPCA para entender o cenário completo do mercado financeiro.
Indicadores Econômicos
2025-09-06 13:44:00
