No primeiro Natal como líder da Igreja Católica, o papa Leão 14 criticou os discursos bélicos e as consequências das guerras, durante a bênção “Urbi et Orbi” na praça São Pedro, realizada na quinta-feira, 25. O pontífice fez um apelo para que Rússia e Ucrânia dialoguem de forma sincera e respeitosa, e expressou preocupação com a situação dos palestinos na Faixa de Gaza.
Leão 14 destacou a história do nascimento de Jesus em um estábulo, comparando-a às condições precárias enfrentadas pelas pessoas em Gaza, que estão expostas a condições climáticas adversas. O papa já havia manifestado sua preocupação com os palestinos em momentos anteriores, incluindo um encontro com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, onde discutiram a necessidade de buscar uma solução de dois Estados para o conflito.
Embora um cessar-fogo tenha sido estabelecido entre Israel e Hamas em outubro, a situação em Gaza permanece crítica, conforme relatórios de organizações internacionais. A Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar, apoiada pela ONU, indicou que a disseminação da fome foi contida, mas ressaltou que os avanços são frágeis.
Durante sua homilia, o papa abordou a fragilidade das populações afetadas por guerras, mencionando o sofrimento de jovens forçados a lutar e a insensatez dos discursos que os enviam ao combate. Ele também fez um apelo pelo fim de conflitos em diversas regiões do mundo, incluindo Sudão, Mali, Mianmar, Tailândia e Camboja.
Leão 14 pediu orações pelo povo ucraniano e pela cessação dos conflitos, enfatizando a importância do diálogo com o apoio da comunidade internacional. Além disso, lamentou a situação de imigrantes e refugiados nas Américas, evitando mencionar diretamente políticas de líderes, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na noite anterior, durante a Missa do Galo, o papa criticou a “ganância do mundo moderno” e afirmou que recusar ajuda a necessitados é equivalente a rejeitar Deus. Ele também fez um chamado aos líderes da América Latina para que priorizem o diálogo em vez de exclusões ideológicas e partidárias ao enfrentar desafios regionais.
Leão 14, que é o primeiro papa dos Estados Unidos, tem se posicionado contra o uso da força militar para derrubar regimes, como o de Nicolás Maduro na Venezuela, defendendo sempre o caminho do diálogo.




