O Banco Central do Brasil, liderado por Gabriel Galípolo, anunciou que a taxa Selic, atualmente fixada em 15% ao ano, deve permanecer elevada por um período prolongado. Essa decisão é uma resposta às incertezas econômicas e projeções que estão além da meta estabelecida para os próximos anos.
Por que a Selic permanece alta?
Durante um evento promovido pela Fenabrave, Galípolo explicou que tanto as previsões do mercado quanto as internas do Banco Central indicam que as metas para 2025, 2026 e 2027 não estão sendo atendidas. Ele afirmou que a interrupção do ciclo de cortes na taxa de juros foi necessária, com a intenção de reiniciar esse processo apenas quando as condições forem mais favoráveis.
“É por isso que o Banco Central optou por interromper o ciclo de cortes, iniciar um novo ciclo apenas no momento adequado e, posteriormente, intensificá-lo até atingir um patamar considerado seguro”, declarou Galípolo.
Galípolo reforçou a expectativa de que a taxa de juros deve se manter elevada por um tempo considerável.
Crescimento econômico surpreendente
Apesar da taxa de juros alta, o Brasil projeta um crescimento econômico entre 2% e 2,5% para 2025. O presidente do BC destacou que, mesmo sob condições restritivas, a economia brasileira demonstra resiliência, sustentada por níveis históricos de renda e uma taxa de desemprego baixa.
“Qualquer outro país com essa taxa de juros teria uma economia muito mais lenta. No Brasil, o PIB vem surpreendendo”, afirmou.
A demanda interna permanece robusta, refletindo o fortalecimento do consumo e da renda das famílias.
Impacto do ‘tarifaço’ dos EUA
Galípolo também abordou o recente aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos a parceiros comerciais, conhecido como tarifaço. Ele observou que, embora essa medida busque corrigir déficits em transações correntes, ainda há incertezas sobre suas consequências globais.
“Analistas internacionais ainda não decidiram se isso será apenas um aumento de preços pontual ou se desencadeará uma espiral inflacionária global”, afirmou.
O presidente do BC ressaltou que o dólar, sendo a principal moeda internacional, provoca desequilíbrios nas contas externas, e o tarifaço americano visa mitigar esses efeitos sem custos diretos para a economia dos EUA.
Incertezas internacionais
O Brasil atravessa um cenário econômico complexo, caracterizado por uma taxa Selic elevada, um crescimento do PIB que surpreende e incertezas no cenário internacional. A abordagem do Banco Central, conforme destacado por Galípolo, busca equilibrar a estabilidade financeira com o controle da inflação e a manutenção do crescimento econômico, enquanto observa os efeitos de políticas globais que podem impactar preços e comércio.
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