Salário mínimo será reajustado para R$ 1.621 em 2026, com efeitos em benefícios sociais e INSS

O salário mínimo no Brasil será reajustado de R$ 1.518 para R$ 1.621 em 2026, representando um aumento de R$ 103, ou 6,78%. Essa mudança ainda precisa ser formalizada por meio de um decreto presidencial para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2026, com os pagamentos afetados a partir de fevereiro.

O novo valor do salário mínimo terá impactos significativos, não apenas na remuneração dos trabalhadores, mas também em diversos benefícios sociais. De acordo com o Censo 2022 do IBGE, cerca de 35,3% dos trabalhadores, totalizando 31,3 milhões de pessoas, recebe até um salário mínimo.

Uma nota técnica do Ministério do Planejamento estima que cada R$ 1 adicionado ao salário mínimo gera um impacto fiscal de aproximadamente R$ 400 milhões ao ano nas contas públicas. Esse aumento afetará benefícios como aposentadorias, pensões, seguro-desemprego, abono salarial PIS/Pasep e o Benefício da Prestação Continuada (BCP).

Benefícios do INSS

A partir de 2026, o valor mínimo dos benefícios pagos pelo INSS, incluindo aposentadorias e pensões, será de R$ 1.621. Cerca de 70% dos benefícios do INSS correspondem ao salário mínimo. Os beneficiários que recebem acima desse valor terão reajustes baseados na inflação medida pelo INPC, que será divulgado pelo IBGE no início de janeiro.

Atualmente, o teto do INSS é de R$ 8.157,41, e o calendário de pagamento dos benefícios será anunciado nesta semana, com início em janeiro.

Contribuições ao INSS

As contribuições ao INSS também serão calculadas com base no novo salário mínimo, começando em 5% sobre o valor do piso.

Abono salarial

O valor do abono salarial em 2026 variará entre R$ 135,08 e R$ 1.621, dependendo dos meses trabalhados no ano-base de 2024. Atualmente, o benefício é concedido a trabalhadores que recebem até dois salários mínimos mensais, mas novas regras entrarão em vigor em 2026, com o valor chegando a um salário mínimo e meio até 2035.

Em 2025, 26.383.632 trabalhadores receberam o abono, totalizando R$ 30,6 bilhões. Para ter direito ao abono, o trabalhador deve atender a alguns critérios, como estar cadastrado no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos e ter recebido até dois salários mínimos durante o período trabalhado.

Como consultar

  • Atualizar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital;
  • Acessar a aba “Benefícios”;
  • Selecionar “Abono Salarial”;
  • Clicar em “Pagamentos” para verificar o valor, a data e o banco de recebimento;
  • Consultar pelo portal gov.br;
  • Entrar em contato pelo telefone 158, com atendimento gratuito das 7h às 22h, de segunda a sábado, exceto feriados;
  • Visitar uma unidade das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego.

Benefício da Prestação Continuada (BPC)

O BPC, que ampara idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência, também será ajustado para R$ 1.621 mensais. Esse benefício é destinado a quem não recebe outros benefícios do INSS e não possui meios de se sustentar.

Quem tem direito

Para ter direito ao BPC, é necessário ter 65 anos ou mais ou uma deficiência que impeça a vida independente. A renda familiar deve ser de, no máximo, um quarto do salário mínimo per capita.

Seguro-desemprego

A parcela mínima do seguro-desemprego será de R$ 1.621, e o benefício é concedido a trabalhadores demitidos sem justa causa. Aqueles que optarem por acordo para demissão não terão direito ao pagamento.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

2025-12-15 12:54:35

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